VIAJAR É PRECISO

VIAJAR É PRECISO

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio pra desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores ou doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos e simplesmente ir ver."

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14 de abril de 2015

Mochilão em Toronto e Niagara Falls!

Em uma definição: Toronto é uma Nova York em miniatura. Localizada à beira do Lago Ontario, é o centro comercial e financeiro do Canadá e conta com quase 6 milhões de habitantes.
O centro da cidade é repleto de arranha-céus mas grandes áreas abertas com praças e parques dão a ela um charme de uma cidade mediana.

Chegada: na época que estivemos em Toronto, o trem direto até o centro da cidade (UP Extress- Union Pearson Express) ainda não estava funcionando. A previsão de início era a partir de maio de 2015. Esse trem leva direto do Aeroporto de Pearsona té o centro da cidade (Union Station): https://www.upexpress.com/
Da maneira antiga, pega-se o ônibus Rocket Airport na frente do aeroporto (subsolo) e desce na estação de metrô Spadina. De lá até o centro é só pegar o metrô. Dessa forma é interessante (e barato) pois se vê muita da cidade, mas de trem é realmente bem mais rápido.

O centro de Toronto é onde ficam as principais atrações, mas no nosso caso, visitamos poucas. Primeiro porque nossa estadia na cidade foi rápida, e segundo porque o nosso foco era Niagara Falls.
Caminhamos bastante e percorremos praticamente todo o centro. Basicamente, o centro é composto pela Yonge Street, Queen Street, Dundas Street e  a University Avenue.

A Yonge Street é o coração do centro da cidade, onde ficam os grandes arranha céus e bons hotéis. É fácil achar um local para comer e tomar um café (que por sinal, é ruim como o americano). Essa rua cruza com a Queen Street, onde ficam as grandes lojas e a prefeitura, até chegar a China Town pelo lado West. A China Town é relativamente pequena, comparada a de Nova York e Londres, mas há algumas lojas com verduras, quinquilharias e alguns pequenos restaurantes. É um ambiente bem movimentado e seguro.
Na esquina da Yonge com a Dundas Street ficam os grandes shoppings e o subterrâneo da cidade (Souterrain) que não é tão grande quanto o de Montreal, mas já se tem uma ideia de como é a vida em pleno inverno. A Dubdas revela ainda um prédio arrojado do arquiteto Frank Gehry. Museu de Arte. Saindo da China Town, você já vê o prédio.
 
Na University Avenue o ambiente muda pois ela é cercada de parques até a Universidade. Ao final dessa avenida fica localizado o Museu Royal Ontario, museu de ciências naturais e arqueologia. Sua entrada conta com uma estrutura em vidro de formas irregulares, feita pelo arquiteto Daniel Libeskind.

Pra quem está a procura de mais novidades arquitetônicas, vale a visita na Toronto School of Art, que fica na McCaul, logo após a esquina do museu de arte.
CN Tower: sem dúvida é o ponto mais conhecido da cidade, o mais turístico e talvez o mais caro. Custava 32 dólares e nós acabamos deixando pra depois.. e ficou pra depois. É uma torre de 553 metros de altura, tem um restaurante 360º no topo e um piso de vidro. A CN tower é um grande complexo que institui o Estádio de baseball do Blue Jay, um aquário e logo à frente, a vista do Lago, onde fica a área portuária, muito bonita durante o verão.

Nosso passeio até Niagara Falls foi de ônibus. Pegamos um ônibus na estação de Dundas até Niagara (MegaBus). É preciso prestar um pouco de atenção pois os pontos de parada desse ônibus são na cidade de Niagara, que fica um pouco longe de Niagara Falls. De lá, é preciso pegar um segundo ônibus até Niagara Falls, ou pegar um táxi. Uma opção para ir direto à Catarata é dizer ao motorista que quer ir jogar no Cassino. Esse Cassino fica na borda da catarata, e basta, ao chegar lá, simplesmente mudar de ideia e não entrar.  Mas atenção, o retorno tem que ser pela estação central de Niagara! Infelizmente o motorista nos disse que poderíamos pegar o ônibus de volta lá mesmo, em frente ao Cassino. Passou quase uma hora de atraso, até que resolvemos ir atrás de informações e descobrimos que o ônibus deveria sair de Niagara (cidade) e não de Niagara Falls, e já o tínhamos perdido. Pegamos um táxi pra ir até a estação de Niagara e compramos outro ticket de volta à Toronto com ônibus de linha (GO TRANSIT), que não ia até Toronto. Fizemos uma parada em uma cidade próxima e pegamos um trem até a Union Station, em Toronto. Custou 17,50 dólares, bem mais barato do que o MegaBus.
O atrativo de Niagara é a Catarata, mas também existe a cidade! Ela é pequena mas bem organizada e com muitas ruas de comércio e bons hotéis. Ao seu redor se espalham cultivos de uvas que fazem o famoso vinho Niagara. 


A Catarata fica num vale e é preciso descê-lo. Há a opção de descer pela rua, caminhando, ou pelo Funicular, de onde se tem uma bela vista da ferradura (a forma desenhada pela queda da catarata). Ao lado da catarata existe um centro de apoio ao turista com lojas, histórias da catarata e restaurantes. 
É interessante dar uma olhada no quadro que mostra a evolução da abertura da catarata desde que foi descoberta. 
Perto da catarata, prepare-se para o banho! O spray de água faz o ambiente ficar tão úmido que a gente sai de lá todo molhado! Em frente à catarata, a gente sente a força incrível de um volume de água concentrado descendo o paredão. Pode não ser a maior catarata do mundo, nem a maior queda, mas é o maior volume cooncentrado em uma só queda. 
 

Pelas fotos é possível notar que a condição do tempo estava ruim. Não, não fomos ao Canadá no inverno! Era primavera! Mas nevou todo o tempo e quando não nevava chovia fino. Mesmo com todo nosso esforço em domar a máquina fotográfica com a condição de pouca luz e névoa as imagens não conseguem demonstrar a beleza e grandiozidade desta queda d'água. 


9 de setembro de 2014

Mochilão Lago Titicaca!




O Lago Titicaca banha o Perú e a Bolívia. Decidimos visitar uma cidade no Peru (Puno) e duas na Bolívia (Copacabana e Isla del Sol). 


Copacabana é uma cidade boliviana que fica na na divisa entre a Bolivia e o Peru. Saímos de Cusco, de ônibus, em direção à Copacabana. Compramos a passagem na rodoviária, e o ônibus era muito bom, um dos melhores que já andamos. Saímos de Cusco às 10 da noite e chegaríamos em Copacabana de manhã cedo, mas nesse meio tempo houve algumas mudanças... a empresa de ônibus era muito confortável, só não nos informou um pequeno detalhe: o ônibus, na verdade, ía até La Paz, e não Copacabana. Como eles não tinham muitas pessoas até Copacabana, decidiram que nos deixariam na beira da estrada há cerca de 3 Km da fronteira. Tivemos que descer de manhã cedo no meio da estrada e pegar uma Van que nos deixaria em Copacabana. Um descampado, numa estrada sem ninguém, só nós e a Van. Entramos na Van e uma senhora muito simpática (com um dente de ouro...) nos disse que tínhamos que esperar até a Van encher para sairmos pois iria esperar outro ônibus chegar... mas que se pagássemos mais 10 soles cada um, a Van sairia naquele momento. Eu questionei se eles iriam deixar as pessoas na estrada, esperando, ela se calou e viu que não tínhamos caído na conversa.. uns minutos depois saímos. Mas não nos deixaram em Copacabana e sim na fronteira com a Bolivia, há 2 Km de Copacabana. Fizemos a fronteira a pé, perdidos e sem saber o que fazer. Do outro lado, tivemos que pagar mais alguns bolivianos para chegarmos até Copacabana, com outra Van que fazia o trecho. Conversando com um policial da fronteira, ele disse que não devíamos ter descido e sim ter chamado a polícia... mas não tínhamos celular e não tivemos escolha. 
Enfim, Copacabana... a cidade que deu nome à famosa praia carioca é uma pequena cidade na beira do Titicaca. A orla é muito bonita, com alguns restaurantes e barzinhos. Neste momento, ligue o filtro BOLIVIA, pois a orla é, na verdade, uma rua de terra com bares na frente.. mas a paisagem ajuda a tornar tudo mais bonito. Há muitos turistas e algumas opções de alimentação. A melhor que encontramos foi o restaurante do Hotel Estelar. O prato típico do Titicaca é a truta, peixe de água doce e gelada, de altitude, de sabor sem igual. Há muitas opções, como a truta com alho, ao limão, defumada, apimentada... E o melhor, muito barato, em torno de 15 reais o prato super bem servido! 
Não vá no bar que fica logo ao lado, Flor de mi tierra, com um terraço cheio de cadeiras, grama, enfeites... é bonito, mas os caras vão te roubar em tudo! 
A avenida 6 de agosto é bem movimentada e vale o passeio. No fim da tarde, fomos ver o pôr do sol na subida que vai até o cemitério. Não chega até lá, na verdade tem um platô que serve para assistir, prepare-se pois a subida é intensa.  Mas o melhor da cidade são os barcos que fazem o passeio pelo Titicaca até a Isla del Sol, a segunda cidade boliviana que visitamos. 
 


A Isla del Sol é uma ilha no meio do Titicaca. A tradição inca atribuía à esta ilha o surgimento da sua Civilização. Há muitas lendas e muitas histórias que cercam o lugar e dão a ele um ar místico. O que de fato há é uma belíssima ilha de rochas ocre no meio de um lago de cor azul celeste. A ilha basicamente é dividida em Porto Sul e Porto Norte. No sul, ficam as pousadas e restaurantes. No norte, ficam os pontos turísticos incas, como o Portal do Sol. Há pousadas caseiras no norte também, o que pode ser uma boa opção. 
Nos hospedamos no sul, em uma pousada que ficava no topo da ilha. A caminhada até lá foi de uma hora, mas valeu a pena pelo visual do lugar e o preço, bem mais barato que os hotéis que ficam no pé da montanha. Recomendo a hospedagem, Hostal del Sol. É simples, mas foi barato. As melhores opções de jantar também ficam no topo da montanha, recomendo o restaurante Inti Jalanta, com preços bons e boas opções de trutas e omeletes, além do Pisco Sour boliviano. 
A ilha é um passeio para se caminhar e apreciar a paisagem, não há grandes atrações e também não há lojas ou supermercados. Para ir ao norte da ilha, pode se pegar o barco que vem de Copacabana ou encarar a trilha pelo alto da montanha, são duas horas de caminhada. 




Puno fica no lago Titicaca, do lado peruano. É uma cidade bem maior do que as outras duas, tem uma praça central muito bonita, boa estrutura hoteleira e passeios de barco para visitar as ilhas flutuantes. No dia da visita havia uma festa da padroeira da cidade com uma fogueira e muitas danças. O ponto alto do passeio é a visita às Ilhas flutuantes de Uros, Taquile e Amantaní, que leva o dia todo. 

Ilha de Uros: a visita à ilha é bem agradável e pode-se fazer um passeio de barco feito de totora, uma palha local, parecida com o nosso Junco. A ilha toda é feita de totora. O barco que vai até as ilhas é lento.
 


Depois da visita à Uros, fomos à ILha de Taquile, um maciço rochoso no meio do lago e com uma comunidade bem organizada e muito interessante. Fotos lindas e um almoço muito agradável. 
 


O retorno à Cusco é uma outra viagem, e achamos uma boa opção reservar um ônibus turístico da Wonder Peru. Esse passeio turístico pode ser comprado em qualquer agência, achamos uma na rodoviária. O passeio leva 10 horas e visita o Museu lítico de Pucara, o complexo arqueológico de Kalassaya, Raqchi (fantástico!), A igreja de Andahuaylillas, fora a belíssima vista do altiplano com o nevado Apu Chimboya.  






2 de setembro de 2014

Mochilão em Machu Picchu!

Para ir à Machu Picchu você pega o trem que sai de Cusco até Águas Calientes, e depois sobe de ônibus até a cidade.  Esse é o jeito tradicional. O nosso, foi caminhar por 4 dias na Trilha Inca, em meio à Cordilheira dos Andes, partindo de 27500 metros, subindo até 4200 e depois descendo a 2500 metros, altura de Macchu Picchu. 
O grande problema de se fazer uma trilha no Peru é a altitude, simplesmente falta ar e parece que o coração vai escapar pelo peito. Para amenizar esse problema, o ideal é ficar alguns dias na altitude, sem fazer grandes esforços, só deixando o corpo se acostumar. Ficamos uma semana em Cusco, visitando os vales sagrados, de excursão, caminhando pela cidade, o que já é um grande exercício, uma vez que há muitos morros. 
Não é possível fazer o Caminho Inca sem uma agência e guias, regulamentados pelo governo do Peru. Para entrar, e ao longo do caminho, há postos de fiscalização para ver se todos estão com autorizações das agências. Em média, uma agência cobra 250 dólares por pessoa, o preço inclui alimentação (café da manhã, almoço e jantar) e acampamentos. Não estão incluídos bastões de caminhada, sacos de dormir, lanches e água (essa última, apenas nas refeições). Já que você terá que levar água, leve também pastilhas de cloro, pois a água na altitude tem bactérias que seu corpo não consegue combater.  Nunca, nunca tome água sem pastilhas nem mesmo o mate de limão que eles oferecem na trilha! Deixe a pastilha dissolver por 30 minutos antes de beber. Também é legal comprar uns comprimidos de Sorochi, que combate o Soroche (mal da altitude). 

O caminho
Não invente de levar muita coisa na mochila. Eu diria que, no máximo, 10 quilos. Camisetas para trocar, e uma roupa quente para usar nos dias frios. Fizemos o caminho em agosto, inverno, e uma das noites a temperatura chegou a quase -20ºC. Durante o dia, sente-se calor pois você vai caminhar o dia todo, 10 horas, em média. Mas de noite esfria de verdade. Um casaco impermeável, um fleece (aqueles blusões de lã térmicos), touca, camisetas de manga curta (uma por dia), meias confortáveis (de preferência anti bolhas), uma calça confortável e impermeabilizada (pode ser impermeabilizada com produtos em spray), uma bota de cano curto (para evitar torções) à prova d'água, desodorante, sabonete, protetor solar e repelente. É legal que você tenha uma capa para proteger a mochila da chuva. Levei comigo antinflamatórios (pois estava com problema na coluna), remédio para dor de cabeça e estômago. 
No verão, Machu Picchu é muito chuvoso, prefira fazer a trilha de maio até setembro. 
A trilha não é fácil. Não acredite em blogs que falam que o único da difícil é o segundo. O caminho todo é difícil e exaustivo. Mas é justamente por isso que é preciso se preparar um pouco antes de ir, e chegar lá com coragem para enfrentar a trilha e cumprir a sua meta. É importante que as botas já estejam amaciadas no seu pé. Um calo no meio da trilha pode ser o fim da viagem! 

1º dia- As excursões costumam buscar em Cusco por volta das 6 da manhã. As 8:30 começa a trilha, com a travessia da ponte sobre o rio Urubamba, há 2750 metros de altitude. No início é um passeio, você começa a se acostumar com a paisagem e com o ar rarefeito. Leve o seu bastão de caminhada, pois será muito útil, em breve. No final da trilha já não conseguia mais andar direito sem o bastão, ele se tornou parte de mim! Eu aconselho comprar um bastão daqueles de cabo de vassoura mesmo, os albergues costumam ter pra vender e custam baratinho. A empunhadura é de tecido peruano e serve como recordação. O bastão, tive que deixar, não me deixaram trazer no avião. À tarde é um pouco diferente, você começa a subida e a paisagem vai mudando. Não é muito puxado, mas como é o primeiro dia, você chega bem cansado no acampamento. Ainda no primeiro dia, você tem contato com algumas vilas, e pode ver a incrível cidade Inca de Llactapata, em forma de serpente (explicação sobre os três animais da cultura Inca, ver postagem sobre Cusco) . O acampamento deste primeiro dia fica em Huayllabamba, há 3000 metros. 
 

2º dia- tudo que você já eu sobre o segundo dia é verdade: é o dia mais difícil. Levantamos as 6 e começamos a subir imediatamente. A subida foi até as duas da tarde, há 4200 metros. A trilha alterna períodos de subidas em rampa e em escada, este dia tem, predominantemente, muitas, muitas, muitas escadas! Uma coisa interessante é que o degrau inca está fora da norma, ou seja, é preciso levantar o joelho acima da linha da perna, o que torna o esforço maior. Muitas pessoas desistem neste dia, e por isso eu gostaria de dar uma dica. Aliás, duas. A primeira é que, voltar ou continuar vai dar no mesmo. Não vai ter um helicóptero pra te resgatar nem um peruano que te leve nas costas. A volta é a pé, tudo que você já andou, vai se repetir. Então, já que é pra caminhar, ande pra frente. Segunda dica é: trace pequenas metas. Você está parado, com o coração saindo pela boca, pensando em cair duro no chão ou desistir. Olhe pra frente e veja um ponto fixo, há uns 8 ou 10 metros. Essa será sua meta, diga a você mesmo: vamos andar até ali e parar pra respirar. Faça isso quantas vezes for necessário. O caminho Inca ensina que é preciso seguir em frente, sempre. E mesmo que pareça um desafio intransponível, um passo de cada vez te faz conquistá-lo. Um passo de cada vez, lembre-se disso.
Bom, já que subimos até 4200 metros, agora temos que descer até 3600 metros, onde fica o acampamento, em Paqaymayu. Descer não é fácil, e é mais perigoso, principalmente com chuva! Foram 3 horas de descida em escadas INCAS. Ali o joelho trabalha! 

3º dia- o legal de iniciar o terceiro dia é abrir a barraca e ver os picos nevados ao fundo. Lí em vários blogs que o segundo dia era o mais difícil e que o restante dos dias eram um passeio. Não é verdade! Nesse dia você vai continuar subindo e descendo, principalmente no começo da manhã, onde se sobe 400 metros de uma só vez. São as paisagens mais bonitas e as melhores fotos são desse dia. Ao meio dia tem um pequeno acampamento com chuveiro, e a temperatura não é tão baixa quanto ao entardecer, aproveite para tomar um banho. Visita-se Sayacmrca e Winaymayna, cidades incas ao longo do trecho. No final do dia é possível avistar Águas Calientes, que fica ao pé de Machu Picchu. O acampamento de pernoite tem chuveiros (gelados!), a vista é muito bonita, com o rio Urubamba no pé do vale. Da nossa barraca até o precipício tinha apenas um metro e meio, mas há outros lugares que isso não ocorre. É importante ter atenção redobrada porque você anda em trilhas, na beira do precipício. São 200, 300 metros de queda. 
  

4º dia- no último dia acorda-se bem cedo: 03:00 da manhã. A ideia é chegar em Machu Picchu (Portal do Sol) e ver o sol entrando na cidade. São 3 horas de caminhada e o trecho é relativamente fácil, exceto pela escadaria MATA GRINGO, com mais de 50 degraus extremamente inclinada onde se sobe de quatro ("en cuatro patas"!). É indescritível a chegada, ver Machu Picchu ao longe, iluminado pela luz do sol que, aos poucos vai entrando na cidade, com Wynapicchu ao fundo.. merece uma foto, a melhor de todas! 

Depois da trilha, a cidade até perde um pouco do glamour... mas é um lugar único que você vai passar o dia visitando. No nosso caso, preferimos ir para o hotel em Águas Calientes descansar. Havíamos comprado outra entrada para o dia seguinte, assim pudemos visitar a cidade com calma, descansados e com roupas limpas! A agência presenteia os que terminam a trilha com camisetas e um certificado, basta apenas fazer um depoimento no site. 

Agência de turismo: a agência que escolhemos foi a NC Travel. O guia foi muito bom e a estrutura era boa, mas havia outras agências com estrutura melhor. 

Hotel em Águas Calientes: pra quem decidir ficar em Águas Calientes depois da trilha, indico o Hostel Ecopackers. Estrutura muito boa, silencioso e limpo. 


25 de fevereiro de 2013

Mochilão em NY!

           Nunca tive vontade de conhecer os Estados Unidos. Talvez isso tenha acontecido puramente por preconceito, por uma imagem americana construída ao longo dos anos que eu não conseguia mudar. Mas não há nada que uma passagem aérea barata não resolva, já que a ideia era ir para Amsterdam. Em uma das minhas procuras incessantes na internet por uma passagem aérea barata, achei um vôo da Delta que saía do Brasil para Amsterdam, fazendo escala nos Estados Unidos. Ida e volta com escala, foi aí que pensei: "é agora ou nunca!". Não compraria uma passagem para lá, mas se eu pudesse visitar por uns dias pra conhecer, quem sabe mudaria de opinião. Essa foi a chance. 

          Nossa ida foi por Detroit, e depois de tantos conselhos que diziam para não sairmos do aeroporto, acabamos esperando o vôo para Amsterdam lá no aeroporto mesmo. Foram algumas horas que aproveitamos pra dormir e conhecer as lojinhas do aeroporto, além de passear no trem áereo pelos terminais do aeroporto (shuttle). Não vou mentir que não seja cansativo fazer esses trajetos, já que leva quase o dobro do tempo pra chegar no destino final, Amsterdam. Mas pensei mesmo no retorno, quando pegaríamos o vôo em Amsterdam e ficaríamos 4 dias inteiros em New York, pra só depois voltarmos para o Brasil. 
Bom, se você é do tipo que gosta dos Estados Unidos por causa das compras, acho que esse post não será tão útil. Claro que procurei informações antes da viagem sobre as lojas e outlets, mas preferi deixar a viagem mais light e não focar nesse ponto. As poucas compras que fiz foram lugares que entrei sem querer, ou que parei pra olhar a vitrine. Não comprei itens de marca, mas andei pela cidade com um olhar mais sensível, pois afinal eu queria mudar um pouco a imagem anti americana que havia construído. Outro ponto importante era não ficar comparando com os lugares que eu conhecia na Europa, pois são culturas diferentes. 
          O Hotel que escolhemos fica há 2 quadras do Trump Tower: Radio City Apartments.  Na verdade é um Apart Hotel, e no quarto há uma pequena cozinha, banheiro e cama, tudo o que precisaríamos nestes 4 dias. O preço não era alto e as instalações são simples, mas confortáveis e limpas. 
Na região do hotel ficam vários pontos turísticos, os mais básicos, e dali nos deslocamos através de um shuttle (ônibus de passeio com várias paradas, você desce e depois pode pegar novamente pra ir recorrendo a cidade). Compramos através do site da empresa e não tivemos problema nenhum para pegar os bilhetes quando chegamos. 


          Ali pertinho fica a Times Square, e visitá-la à noite foi surpreendente, pois "a noite vira dia!". São tantas luzes, logos, cores e telões por toda parte. Caminhamos bastante pela cidade, descemos no Central Park, sentamos nos banquinhos do parque e tiramos fotos dos esquilos



          Em frente ao Central Park fica o Museu Solomon Guggenheim,pra mim um dos projetos mais impressionantes de Frank Lloyd Wright. A visita ao Museu é legal, mas o principal é ver a construção, de 1959, e sua rampa ao longo do prédio circular. 
             Solomon Guggenheim era um colecionador de arte e empresário, e no começo dos anos 1940, Frank Lloyd Wright é encarregado pelo empresário de projetar um museu parahospedar importantes coleções de arte contemporânea.  As ideias iniciais sempre se basearam numa espiral, nas formas orgânicas que pode ser visto nas rampas. No topo, uma ampla clarabóia ilumina todo o edifício, e serve como tema para exposições aéreas. O passeio dos visitantes se dá em torno da sua rampa, que vai dividindo as salas de acordo com cada exposição.  

          O edifício foi finalizado pouco depois da morte de Frank Lloyd, e sofreu algumas transformações com o tempo,  principalmente nas obras de reparo de 1992. A construção começou em 1956, e terminou 3 anos depois.

        Quando criticado sobre a dificuldade de expôr obras em  paredes curvas, Frank Lloyd teve uma resposta imediata: “Cortem as pinturas ao meio!”

            Outro passeio legal foi visitar a Sede da ONU. A Torre de 38 andares que acolhe a sede da ONU na parte oriental da ilha de Manhatan começou sua construção em 1947 e foi concluída em 1952. Seu projeto teve a participação de outros arquietos, como Le Corbusier, mas foi principalemtne Oscar Niemeyer que colocou seus traços modernistas no Edifício Sede da ONU.

                O sucesso do pavilhão do Brasil na feira mundial de Nova York, em 1939, e os elogios dos críticos determinaram, segundo Lucio Costa, o lançamento mundial de Oscar Niemeyer. Logo após a Segunda Guerra, Niemeyer já era uma figura relevante no contexto latino-americano.  Quando foi decidida a instalação da sede da ONU em Nova York, em um terreno adquirido e doado por Nelson Rockefeller, formou-se, em 1947, um comitê internacional de arquitetos de diferentes países que se interessou em convidar Niemeyer. 

          O relacionamento de Niemeyer com Le Corbusier não foi fácil. Niemeyer já não era o jovem discípulo, como no projeto para o Ministério da Educação e Saúde, no Rio. Ainda mais que Corbusier desejava obter a autoria da sede da ONU, com sua forma pura, contrário dos  arranha-céus nova-iorquinos. Mas a proposta de Le Corbusier não satisfez o comitê, e solicitaram a Niemeyer que mostrasse sua proposta. No final, juntaram as duas propostas em uma solução intermediária.






 
 


          Não deixe de visitar o Highline ParkO elevado foi construído em 1930, era um projeto que tinha como objetivo remover trens perigosos das ruas mais movimentadas do distrito industrial de Manhattan. Os trens pararam de transitar pela área em 1980. Logo em seguida, foi formado o grupo Friends of the High Line, para evitar a demolição da estrutura. Eles formaram uma parceria com a cidade de Nova York para manter o elevado como um parque público. Foi em 1999 que o Friends of the High Line interferiu na demolição, e em 2002 a cidade autorizou a reutilização do High Line e lançou um concurso para o envio de projetos de revitalização. Participaram 720 equipes de 36 países.