VIAJAR É PRECISO

VIAJAR É PRECISO

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio pra desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores ou doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos e simplesmente ir ver."

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2 de fevereiro de 2012

Mochilão em Veneza!

Veneza é uma das cidades mais visitadas do mundo! São 14 milhões de pessoas por ano, e agora consegui decobrir o porquê desse número. Veneza é diferente de tudo, de todos os lugares turísticos e nao turisticos. E uma cidade que vive uma condição única, que é a de não ter carros, e de as pessoas terem de se locomover a pé ou de barco.
Independente de custos, Veneza vale a pena, mesmo numa passagem rápida como a nossa. Foram 3 dias apenas, mas como a cidade é relativamente pequena, conhece-se bem a ilha em 3 dias. Com 1 ou 2 dias a mais, pode-se conhecer as ilhotas em volta. Como somos muito teimosos, fomos conhecer Murano e Burano, duas ilhotas em volta da ilha de Veneza.

Bom, Veneza é sim, muito cara. Mas pode-se economizar no passeio evitando refeições nos restaurantes da cidade (que são um charme!). A ideia mais econômica é ir a supermercados, onde se pode encontrar produtos de boa qualidade com  bons preços, uma refeição completa e podendo ainda contar com um bom vinho. Indico um que se chama Copa Supermercados, fica na Rua Sestiere Castelo, 5348. Não deixe de comprar os presuntos fatiados na hora e dobrados em papel... você carrega como se estivesse levando uma carta para postar.

Um dos passeios que não pode faltar é visitar a Catedral de Veneza! A Basílica San Marco foi construída no séc. XI para ser a Capela do Doge, de uso restrito. Seu plano é a de uma cruz grega, e lá está enterrado o corpo de San Marco, o padroeiro da cidade. Seus estilos arquitetônicos são uma mistura do oriente e do ocidente (bizantino e gótico), característica política da cidade de Veneza na época de sua construção. Seu interior é escuro com mosaicos dourados e várias obras de arte. Está assentada sobre milhares de estacas de madeiras submersas no lodo da lagoa, fazendo com que o lustroso pavimento de mármore que as cobre pareça ondulado. As colunas que emolduram as portas são de mármores de diferentes cores. É uma das poucas atrações gratuitas na cidade!

O Palácio dos Doges também é unico, e o melhor antes de visitá-lo é ler um pouquinho da história do periodo dos Doges e sobre a Veneza Cidade Estado. O Palácio era o centro da administração política da república de Veneza, no séc. IX. No interior do Palácio ficavam o poder legislativo, judiciário e executivo (o próprio Doge, que morava em uma pequena ala do palácio). A edificação é um exemplo do estilo gótico veneziano puro. Sua principal diferença do gótico do restante da Europa são as colunatas do primeiro pavimento e uma linha de cobertura decorada com uma espécie de tiara em pedra, além da fachada colorida coberta com mármore rosa e branco. Note a diferença da fachada do 3º e 4º andar com relação ao 1º e 2º, é como se fosse algo pesado sobre uma base frágil. Para visitar o Palácio, paga-se 15 euros. A visita dura uma hora, e é possível visitar o aposento dos Doges, a sala da justiça (onde foi filmado O Mercador de Veneza), e como pontos altos a travessia da Ponte dos Suspiros, que lida o Palácio à prisão, e a Sala do Grande Conselho, onde está a obra Paraíso, de Tintoretto.
 

Piazza de San Marco: Não só da Basília e do Palácio dos Doges é feita a Piazza de San Marco. Além do largo que expira história, há a torre do relógio, o campanário de 90 metros de altura e as colunas na beira do canal. Entre essas colunas costumavam enforcar prisioneiros de guerra, e por isso os habitantes locais acham que passar entre elas é má sorte na certa. Outra lenda local dá conta de que se você chegar na Piazza San Marco pela primeira vez e os sinos da basílica tocarem é sinal de que você já viveu em Veneza em alguma outra encarnação. Não vale agendar a hora da chegada com as horas que os sinos badalam... nós chegamos e só se ouvia o belo som do vento frio castigando a praça.

Andar na gôndola é caro, e sinceramente, nao acho que valha tanto a pena. A maioria dos turistas que vi andando de gôndola eram chineses.... eles estão dominando tudo! O Vaporeto serve muito bem pra passear na ilha e nas ilhotas. Nao é barato, e até mesmo o "biglieto turistico" é caro, nos padrões europeus. A viagem para um dia inteiro, em quantidades ilimitadas, custa 21 euros. Mas o legal é que pode-se andar numa boa, sem stress, já que a multa para quem nao tem o biglieto é de 50 euros. Nao me arrisquei, claro!

A cidade é dividida em SESTIERES (bairros), sendo os quatro mais famosos: Dorsoduro, San Marco, Castello e San Polo. O Hotel que ficamos foi um achado! Mesmo tendo que pagar em cash (por conta da crise na Europa, eles evitam tirar Nota Fiscal) vale a pena. Fica pertinho da Piazza San Marco, em San Marco: Hotel AI DO MORI. Peça para ficar no anexo, se possível, que são 3 quartos na parte nova, com cafeteira elétrica e frigobar. Neste bairro, também é legal conhecer o Campo San Estefano (uma praça), onde há a Ponte del`Accademia, outro ponto de travessia do Grande Canal.
Em Dorsoduro, há a Catedral Santa Maria della Salute. De lá, a vista do bairro de San Marco é muito bonita, e no fim da tarde saem lindas fotos com as primeiras luzes acesas.

Veneza é uma cidade para descansar, caminhar, e apreciar o DOLCE FARE NIENTE... não tenha pressa, nem se obrigue a conhecer tudo, pois a cidade é linda e vale a pena perder alguns minutos apreciando uma vista ou tirando várias fotos de alguma gôndola ou alguma ponte.

O Mercado do Rialto está em Veneza quase desde que a sua formação, é um dos mais antigos mercados do mundo. Vende-se de tudo lá, mas é preciso chegar de manhã, já que à tarde as barracas fecham. No Rialto há também a famosa Ponte do Rialto, de 1588, um dos cartões postais da cidade, que é uma das raras passagens sobre o Grande Canal. É um marco da engenharia de pontes de Veneza, e foi a última grande ponte de pedra feita na cidade. Construída através de um concurso após sua antiga ponte de madeira ter desabado durante um desfile náutico. Michelangelo chegou a participar deste concurso, mas perdeu para o arquiteto Antonio da Ponte, que propôs um único arco, ladeado de lojas sobre a ponte. Ao lado da Ponte Rialto, no Sestiere San Polo, há um calçadão onde se percorre a margem do Grande Canal por cerca de 300 metros. Isso é raro, já que as construções costumam margear o Grande Canal.

Uma bela caminhada: No Sestiere de Castello, ha um belo passeio a ser feito pela Riva Degli Schiavoni, que é um calçadão na beira do Canal de San Marco, de onde se pode apreciar do outro lado desse canal a magnífica Catedral de San Giorgio Maggiore.

Pontes e Vielas: Sempre lembramos de Veneza por seus infinitos canais que entrecortam a cidade e dão a ela um charme inigualável. Porém, o que mais agrada são os passeios descompromissados com rota e com tempo pelas vielas, e as travessias constantes por pequenas pontes de arco único. Você realmente se perde e fica imerso na cidade. Só sente o tempo passar pela fome ou pelo dia que se vai. E vai descobrindo belas praças, prédios e ruas com muitas lojas e restaurantes e cafés. Você pode achar bons e baratos pães recheados com o melhor em presuntos salames e condimentos. Indico uma que fica próximo à Praça de San Marco, na rua Spadaria na esquina com a igreja San Zulian. Com seis euros, comemos muito bem.

Chegando e Partindo: Todos os ônibus que vem ou do Aeroporto Marco Polo ou do Aeroporto de Treviso partem da Piazzale di Roma, o último ponto onde carros e ônibus chegam. Para Treviso pegue o ônibus da ATVO ou da ACTV. Tem a opção de pegar um trem e parar ao lado da Piazzale di Roma. Mais informações acesse o link: 
Se você pretende chegar pelo Aeroporto Marco Polo, pegue os ônibus azuis que são de linha convencional.
A ponte que liga a Piazzale di Roma ao conjunto de ilhas da cidade do Arquiteto espanhol Santiago Calatrava chama-se Ponte della Costituzione. Essa ponte reedita o estilo de um grande arco sobre o canal, mas vista de cima também reproduz as curvas de um barco, formando um combinação de grande beleza e ousadia arquitetônica. Há um detalhe no piso, ele é feito de concreto com placas de vidro fosco.

Murano: famosa pelos cristais, Murano compreende um grupo de pequenas ilhas ligadas por pontes. Desde 1291 é o centro do vidro, e há um Museu dedicado ao material que fez esta ilha tão famosa. O Museo Vetrario no Grande Palazzo Giustinian expõe uma coleção variada de peças de vidro antigas e modernas. As fábricas também oferecem visitas e passeios de barco gratuitos aos turistas para que visitem os showrooms e as fornalhas.

Burano: Burano é cheio de canais com casarios coloridos, bancas vendendo rendas e trattorias ao ar livre. A renda é o artigo mais famoso desta ilha, desde o século XVI. Na Scuola dei Merletti pode-se ver as rendeiras locais trabalhando, embora na ilha seja uma raridade encontrar rendas genuinamente de Burano para comprar.

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