VIAJAR É PRECISO

VIAJAR É PRECISO

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio pra desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores ou doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos e simplesmente ir ver."

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6 de março de 2011

Mochilão por Colônia do Sacramento!



Um pouquinho de história: após o descobrimento do Brasil, Martim Afonso de Souza foi até o Estuário do Rio da Prata, com sua expedição, para colocar marcos de posse portuguesa na margem da foz do rio. 

4 de março de 2011

Mochilão por Montevideo!

Chegamos em Montevideo por um caminho não muito usual. Fizemos uma travessia da fronteira com o Brasil por Santana do Livramento (Sul do Rio Grande do Sul) e adentramos no Uruguai por terra na cidade de Rivera. Para quem não conhece, a cidade de Rivera é um free-shop onde se pode comprar de tudo em dólar. Os produtos são originais e de alta qualidade. Vale a pena uma visita! E prepare-se para comprar muito! 



Nosso destino era o Aeroporto de Rivera, um pequeno aeroporto, mas que já tem status de aeroporto internacional devido aos voos regulares partindo de Florianópolis, Porto Alegre e Foz do Iguaçú. Quando o chamo de "um pequeno aeroporto" quero dizer pequeno mesmo, deve ter uns 30 metros de frente por uns 15 metros de profundidade. Sem Raio X para as malas, essas são revistadas inteiras antes do embarque, manualmente. Fomos ao aeroporto logo que chegamos pela manhã, na esperança de deixar nossas malas e voltar para o centro de Rivera (o free Shopping).
Ingrata surpresa descobrir que o aeroporto fica fechado durante a maior parte do dia e só abre nos horários dos voos. Mas descobrimos algo bacana, no centro de Rivera (Rua Sarandi, 541) fica o escritório de passagens da BQB, companhia aérea que opera nesse aeroporto. Deixamos as malas lá e fomos caminhar na Avenida Sarandi. Deve-se tomar cuidado pois nessa época do ano, meados de fevereiro até março, o Uruguai fica com uma hora a mais que o Brasil devido ao término do Horário de verão em datas diferentes.
Outra dica interessante é com relação ao táxi. Se você pegar o táxi do lado brasileiro até o aeroporto de Rivera, vai pagar R$32,00. Se pegar o táxi do lado uruguaio vai pagar $150,00 pesos, aproximadamente R$15,00.


Após rigorosa revista das bagagens, aguardamos o voo da BQB que vinha de Florianópolis e que nos levaria à Montevideo. Para nossa surpresa a aeronave era um turbo-hélice e não um jato. De início ficamos apreensivos, mas ao entrar na pequena aeronave vimos tratar-se de um avião novo, com televisores LCD e muito confortável. Deve haver lugares para umas 50 a 60 pessoas e as malas vão junto à cabine. Faz mais barulho que um avião a jato e a decolagem é uma experiência única... o estômago vai à boca. Mas nada que não fosse facilmente esquecido com o que viria depois. O dia estava belíssimo e devido à baixa altitude que o avião voa deu para ver muitas paisagens lindíssimas dos pampas uruguaios. Formações de montanhas com o topo achatado, no meio de uma planície sem fim e grandes florestas cobrindo parte do pampa. Quando atingimos a velocidade de cruzeiro os avisos de atar cinto se desligaram e uma criança gritou um alto e emocionado "A COMEEEEER!". Todos no avião riram e o nervosismo foi-se embora. Chegou a comida e a surpresa veio por conta do capricho nos detalhes... esses que foram sumariamente esquecidos pelas companhias aéreas brasileiras e suas barras de Goiabinha... No voo servia-se em copos de vidro, além de um pequeno bolo quase artesanal embrulhado para presente e, pasmem!... champagne! Isso mesmo, tomamos champagne em um turbo-hélice sobre os pampas uruguaios... sei lá, soa-me muito chique! E a aterrisagem foi suave, como raramente se vê.


As passagens da BQB podem ser compradas pelo site e, dependendo do seu país de origem, os preços aparecem na sua moeda corrente ou em  peso uruguaio. Basta fazer a escolha da moeda no próprio site, na hora da compra.

Dica importante!! Caso resolva entrar no Uruguai por Rivera e pegar o vôo da BQB lá, não esqueça de pedir o documento de entrada no país, pois no aeroporto de Rivera eles não costumam entregar, já que se trata de um estrangeiro que já está em solo uruguaio. O problema é quando você pega o vôo em Montevideo pra voltar ao Brasil, pois eles exigem o tal documento. Mesmo que você explique que não foi entrgue porque entrou por terra (já que Livramento e Rivera são fronteiras abertas), você será obrigado a pagar uma multa de $650,00 pesos uruguaios por não tê-lo em mãos. E pior: terá que assinar um documento deles dizendo que perdeu o tal papel, mesmo que o erro tenha sido do país deles em não entregá-lo em Rivera!


Chegando em Montevideo!

O Aeroporto de Montevideo é uma obra de arte arquitetônica e impressiona mesmo os turistas mais desatentos. Não há como ficar indiferente à sua beleza e arrojo. Dizem que a primeira impressão é a que fica! Aqui em Montevideo têm-se muito disso, a começar pelo aeroporto, depois as avenidas com casas e apartamentos estilosos e depois as estonteantes  Ramblas defronte ao Estuário do Rio da Prata.


Jantamos na avenida principal do bairro de Carrasco, Avenida Alfredo Arocena. Fantástico! Aliás comer no Uruguai é uma experiência de vida inesquecível e por vezes inacreditável, devido à qualidade e quantidade de comida que se pode comer por $300,00 pesos, aproximadamente R$30,00... e ainda acompanha vinho (não preciso dizer que é um excelente Tannat) e café.  Na verdade eu preferiria um digestivo no lugar do café! 


O restaurante que fomos tem por toda a cidade, chama-se Don Pepperone. Produtos como água, cerveja e refrigerante são extremamente caros. Um café, por exemplo, não sai por menos de $45,00 pesos; uma coca-cola não sai por menos de $60,00 pesos. Aliás, vai uma dica legal... não tome coca-cola ou outros refrigerantes comuns daqui do Brasil, prefira o refrigerante de pomelo da empresa "Passo del Toros", é muito bom, ou como dizem os uruguaios: exquisito!

Nosso segundo dia em Montevideo foi ótimo. Mesmo sendo domingo, conseguimos caminhar pelas ruas do centro e conhecer o Mercado del Puerto. Almoçamos lá mesmo, mas indico que pesquisem antes de sentar na primeira mesinha, pois fomos no L'amitie e a Parrilla para 3 pessoas na verdade serviria uma pessoa, duas sem muita fome. O mercado é muito bonito e há um clima bem uruguaio com todas as fogueiras assando as carnes. A parrilla é um prato típico que junta morcilha, rins, alcatra, costela, linguiça, tripas, galinha e muito mais; mas diga sempre que você não quer galinha (pollo) pois é frustante ver o prato com mais galinha que as outras coisas. Se você tem problema em comer coisas diferentes, não tente saber o que são, apenas experimente e terá uma grata safisfação com o sabor. 
Veja um vídeo legal de Anthiony Bourdain gravado no mercado e com a famosa parrilla: http://www.youtube.com/watch?v=muAFU5KL5is&feature=related

Mas Montevideo é muito mais que parrilla. Andar pelo centro histórico é muito bom. Observar o casario e suas ruelas nos faz imaginar como era a Provincia Cisplatina do Império do Brasil e toda história que se desenrolou lá até a independência do Uruguai.

Como sugestão para um lanche rápido e gostoso, indico a Pasteleria Iruña (Sarandi, 482) , que serve ótimas empanadas (é, pasteleria no Uruguai serve empanada, não é pastel frito...).

Subindo até a cidade velha chega-se à puerta de la ciudadela, que era uma das portas de saída das muralhas da antiga cidade e que a partir dela a moderna Montevideo foi construída. Essa porta de pedra fica na praça da Independência, onde fica o palácio presidencial, que, aliás, é um prédio moderno todo de vidro e concreto, refletindo o espírito do Uruguai em olhar para o futuro, mesmo que o presente esteja estagnado.Um país que saiu da ditadura não faz muito tempo, e diga-se de passagem, uma das piores ditaduras da América do Sul. 

A partir da Praça da Independência inicia-se a mais importante avenida da cidade, que corta o centro, a Avenida 18 de julho. Nela pode-se ver lindas praças e muito comércio.
Plaza Entrevero, na Avenida 18 de julho


Logo no início encontra-se o Palácio Salto, que é um edifício residêncial do início do século XX, e que foi o prédio mais alto da América do Sul na sua época, além de ter uma arquitetura espetacular. 

Uma boa pedida para um lanche rápido são os panchos, que são vendidos nos restaurantes localizados nas praças e ao longo a avenida 18 de julho.


Não deixe de visitar o Teatro Solis, que fica pertinho da porta da cidade velha. Esse teatro foi uma construção privada que, quando estava quase falindo, foi comprada pela prefeitura. A visita guiada custa $20,00 pesos e vale à pena, a guia turística que fala português é muito simpática e atenciosa. 
Deixo um elogio com relação ao tratamento dos uruguaios com o brasileiros, pois tive a experiência de tentar visitar o Teatro Colón, em Buenos Aires, e me surpreendi ao saber o valor absurdo da entrada, além do fato de eles não terem guias em português (precisa-se avisar com antecedência e juntar um grupo mínimo de pessoas). 

Se você gosta de shoppings, vá ao Punta Carretas, que é um shopping novo e cheio de lojas interessantes. O local era uma antiga cadeia que teve sua fachada e vários elementos arquitetônicos preservados. 

A Catedral de Montevideo é um passeio obrigatório, pois é uma linda catedral barroca com uma ornamentação belíssima. Fica na Praça da Matriz, na Cidade Velha. Aliás, caminhar por Montevideo nos dá a chance de apreciar vários tipos de construções, preste atenção nos prédios neoclássicos do centro da cidade velha e da Avenida 18 de julho, lindos!

Uma das coisas mais interessantes que vimos em Montevideo foi um grande painel na Catedral que mostrava a crucificação de Jesus e aos seus pés estam Maria, José e Maria Madalena. Porém, Maria Madalena é representada de uma forma diferente de tudo que já vi, santificada, usando uma auréola na cabeça.

A Feirinha da Tristán Navarra é uma loucura. Parece não ter fim, e há de tudo pra se vender. Acontece aos domingos, na rua com o próprio nome da feira, Tristán Navarra, no centro. Fique de olho na sua carteira pois há os chamados pickpockets, apenas mostre que não está aéreo. O mesmo vale para as regiões do centro à noite. No segundo dia conhecemos um casal de brasileiros que foram roubados à noite, na Praça da Cagancha. Se for ficar em um hotel por ali, evite sair à noite com máquina fotográfica e leve apenas um dinheirinho no bolso. De dia não vi grandes problemas, basta não dar bobeira.

Assistir ao pôr-do-sol em Montevideo também é um espetáculo e tanto, ainda mais quando você se senta na rambla, num gramado do parque Rodó, em frente à Facultad de Ingenieria y Agrimensura. 

Se você gosta de sorvetes (diferentes!), vai adorar as barraquinhas da La Cigale. Tem por toda a cidade e os sabores são diferentes e exóticos. Prove!! Eu adoro sorvete de café, e aqui é muito difícil encontrar (de café mesmo, não tiramissú, cappuchino...), mas encontrei nessa banquinha. Uma delícia!!


Hospedagem:
 
No Uruguai há várias opções de hospedagens, especialmente em Montevideo. Se você prefere ficar perto das ramblas (avenida beira mar), indico o Hotel Best Western Pedro Figari, que fica na Rambla República do México. Parece um Chateau francês a beira mar, tem banheira no quarto e tudo é muito simples e de muito bom gosto. Mas se você prefere ficar mais perto do centro e das atrações turísticas, há vários hotéis por lá, dê uma olhada nos sites de pesquisa que indiquei aqui no blog, no Post Dicas de viagem (http://valdemochila.blogspot.com/2010/10/dicas-de-viagem.html).