Mochilão por Colônia do Sacramento!

Um pouquinho de história: após o descobrimento do Brasil, Martim Afonso de Souza foi até o Estuário do Rio da Prata, com sua expedição, para colocar marcos de posse portuguesa na margem da foz do rio. 
Como  não completou a missão, D. Manuel Lobo, então governador e capitão-mor da capitania do Rio de Janeiro, funda uma fortificação na margem esquerda do rio em 1680. Ao longo dos anos, Portugal e Espanha lutaram pela posse dessa terra. Além da finalidade bélica, o estabelecimento de Colônia atendia aos interesses do setor mercantil da burguesia portuguesa, interessada em recuperar o acesso ao contrabando no rio da Prata. Para a Espanha, o fato de Colônia estar nas mãos de Portugal tornava a posse das terras espanholas frágil, pois estariam separadas apenas pelo Rio da Prata. Finalmente derrotado, o então Império Brasileiro decidiu por apoiar a independência do Uruguai. 
Veja o filme: http://www.youtube.com/watch?v=jwy1rYUngrw


Turismo
A Cidade de Colônia é uma das maiores do Uruguai com belas praias e balneários que atraem milhares de turistas anualmente. É de lá que partem os barcos que fazem a travessia até Buenos Aires. A travessia rápida custa R$90,00 e dura uma hora, a travessia normal custa R$65,00 e dura três horas. Dá para ir pela manhã a Buenos Aires, passear e retornar no fim da tarde. O terminal de onde saem os barcos é muito bonito e parece um aeroporto. Tudo fica muito próximo, a cidade velha, a rodoviária e o terminal marítimo ficam a menos de 600 metros um do outro. Há duas empresas que fazem a travessia, a BQB (cujos preços escrevi ali acima) e a Colonia Express.

Mas o charme da cidade está na Vila antiga, localizada na península da cidade. 
Como que congelada em uma fotografia, a cidade antiga não se alterou desde os tempos das últimas batalhas no século XIX. É como se estivéssemos regressando no tempo e sendo espectadores da fantástica arquitetura de uma cidade antiga, observando a história se desenrolar por entre suas vias de pedra irregular, seus casarios preservados e suas ruínas. 

Logo na entrada da cidade há um departamento de apoio aos turistas, se você conseguir olhar para o lado, pois provavelmente estará estarrecido diante de um pórtico de pedra com uma ponte elevadiça preservada, com suas correntes e pedras entalhadas. Há um canhão ainda preservado no seu lugar original, de onde se pode bater lindas fotos, não só do canhão como do Rio da Prata. 

Não deixe de visitar o Farol, que fica atrás do antigo convento (hoje só há ruínas). Para subir até o alto, paga-se $15,00 pesos. Se não tiver medo de altura, encare os 45 metros e tire muitas fotos lá de cima. 

Ao entrar na cidade pode-se ver a praça central com muitas árvores e casas bem conservadas no seu entorno. Fiquei um pouco impressionada com o tamanho da praça e com sua exuberante arborização. Depois soube que a praça original não tinha árvores, pois servia mesmo era para manobras militares. A verdadeira praça central da cidade ficava ao lado da Igreja e da casa do Governador, hoje apenas uma ruína. 


Se você estiver em Montevideo, vale a pena passear em Colônia durante o dia e voltar à noite. Há excursões que te levam lá. Mas se estiver procurando algo mais barato, vá de ônibus! Há 3 empresas que fazem a viagem de Montevideo até Colônia: Turil, COT e Chadre. A Turil reserva passagens pela internet e a COT reserva pelo telefone. O Terminal Tres Cruces é onde pega-se o ônibus de qualquer uma dessas empresas (Avenida Artigas, 1825). Do centro até o terminal você vai gastar $150,00 pesos, mais ou menos, de táxi. 


Mas se preferir ficar em Colônia e dormir por lá, faça isso! A cidade é linda à noite, quando os lampiões se acendem numa coloração amarelada, dando a impressão de estarem iluminados por velas. Há várias opções de hotéis, dê uma olhada nos sites de pesquisas de hotéis em Dicas de Viagem, aqui no blog. 

Há vários museus na cidade antiga. Pagando $50,00 pesos, você terá acesso a todos eles, começando pelo Museo Portugues, o mais interessante deles! Numa típica construção portuguesa do século XVIII, com seus muros de pedras espessas, azujejos e pisos originais, podem ser vistas réplicas de móveis e uniformes portugueses da época, além de contar a história da colonização portuguesa do local.

O Museo Indigena também vale uma visita, pois exibe uma coleção privada sobre os índios do Uruguay, como os Charruas e outras tribos. 

Para quem não gosta muito de caminhar, há a opção de alugar um minicarrinho (daqueles de Golf) para passear pela cidade. A hora custa U$65,00 e logo na entrada da cidade (saindo da rodoviária) há uma locadora, a Motorent.